VIA SATÉLITE: Boletim Informativo do CNPM, Campinas, v. 11, n. 2, mar./abr. 2003.

Oeste da Bahia: sistema de monitoramento viabiliza gestão ambiental estratégica

A Embrapa Monitoramento por Satélite, com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, realizou o monitoramento do uso das terras da região oeste do Estado da Bahia, baseado em imagens de satélite. O estudo abrangeu uma área de 100 mil km2 e procurou avaliar a expansão agrícola com ênfase nos impactos ambientais gerados pelos projetos de desenvolvimento, em especial os projetos de irrigação, num esforço conjunto para viabilizar a gestão ambiental estratégica da região.

O projeto procurou estruturar um sistema de monitoramento da expansão agrícola ocorrida nos últimos 15 anos na região, fundamentado em sensoriamento remoto orbital e técnicas de geoprocessamento. Para isso, foi elaborado o mapeamento do uso e cobertura das terras através da interpretação de imagens do satélite Landsat de 1985 e 2000, com resolução espacial de 30 metros, e de verificações em campo.

Segundo o responsável pela execução do projeto, o Gerente de Pesquisas Mateus Batistella, a constituição de uma base de dados geográficos sobre a área contribui para avaliar a situação atual, a dinâmica em curso e o impacto de projetos de desenvolvimento regional existentes para o oeste da Bahia. "Esta análise baseada em geoinformação representa um importante instrumento de apoio à decisão e orientação de políticas públicas que conciliem o desenvolvimento e a preservação dos recursos naturais remanescentes no Estado", completa o pesquisador.

A região oeste do Estado da Bahia, tradicionalmente ocupada pela pecuária extensiva, conheceu um desenvolvimento da atividade agrícola sem precedentes nos últimos 15 anos. Com base em financiamentos e recursos próprios, produtores rurais, vindos de outros estados e do exterior, investiram na expansão da produção de grãos, café, fruticultura e pecuária - uma agricultura tecnificada, mecanizada e com uso considerável de insumos. Der acordo com Mateus Batistella, essa rápida e intensa mudança no uso das terras tem produzido, além dos benefícios econômicos, impactos ambientais antes inexistentes, como erosão, assoreamento dos rios, aumento das queimadas e redução da biodiversidade. "Fatores e conseqüências como estas podem ser melhor avaliadas a partir deste trabalho de monitoramento de toda a região", ressalta Batistella.

Web site

Além da estruturação de bases de dados geográficos para o oeste da Bahia, os resultados do trabalho foram disponibilizados num web site que em breve poderá ser consultado via Internet por clientes e usuários, no endereço: http://www.bndes.cnpm.embrapa.br/ .
 
 
 


Recorte de imagem Landsat com padrão
representativo de Agricultura Irrigada

Vista aérea de áreas irrigadas
por pivô central