VIA SATÉLITE: Boletim Informativo do CNPM, Campinas, v. 11, n. 4, jul./ago. 2003.

Projeto multiinstitucional fará diagnóstico ambiental da agricultura no Estado de São Paulo

A Embrapa Monitoramento por Satélite é uma das instituições a integrar o projeto temático, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Diagnóstico Ambiental da Agricultura em São Paulo - bases para um desenvolvimento rural sustentável. O projeto, que pretende fornecer subsídios para a formulação de políticas públicas para a gestão ambiental da agricultura e uso sustentável da biodiversidade, tem prazo de duração de quatro anos e envolve a participação de pelo menos sete instituições de pesquisa do Estado. A coordenação geral é de Ademar Ribeiro Romeiro, pesquisador do Instituto de Economia da Unicamp e Chefe Geral da Embrapa Monitoramento por Satélite, e terá como abrangência o Estado de São Paulo em geral, e as Bacias Hidrográficas dos Rios Mogi-Guaçu e Pardo em particular, servindo como área piloto.

O projeto contempla aspectos relacionados à gestão ambiental com ênfase nas relações entre produção agropecuária, impacto ambiental, recursos naturais e biodiversidade. A proposta é efetuar um diagnóstico dos impactos ambientais causados pela agricultura no Estado de São Paulo. O projeto pretende ainda desenvolver metodologias de avaliação de impactos ambientais, que sejam eficientes e de baixo custo, visando sua aplicação em larga escala tendo em vista, principalmente, as necessidades da Fundação IBGE, em sua missão de produzir Indicadores de Sustentabilidade e as Contas Ambientais Nacionais.

Unidade atuará no módulo sobre uso e ocupação do solo

Além da Embrapa Monitoramento por Satélite, o projeto multiinstiucional tem a participação da Embrapa Informática Agropecuária, Embrapa Meio Ambiente, Instituto de Economia e Faculdade de Engenharia de Alimentos, da Unicamp, Instituto Agronômico de Campinas e Faculdade de Engenharia Agronômica, do Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal.

Os trabalhos estão estruturados em quatro módulos de pesquisa, interligados pela temática do desenvolvimento rural sustentável: Indicadores de sustentabilidade do uso do solo; Efeitos ambientais do uso de agroquímicos; Avaliação econômica e eMergética dos recursos naturais e dos impactos ambientais e, por último, o módulo Sistemas de apoio ao processamento e gerenciamento de informações, responsável pela integração das bases geradas e que fará também a inserção do projeto na rede do programa BIOTA.

O Programa BIOTA da Fapesp tem como objetivo principal estudar os remanescentes bióticos do Estado. A proposta do projeto Diagnóstico Ambiental da Agricultura em São Paulo é oferecer aos demais projetos do BIOTA uma análise dos vetores de degradação que ameaçam estes remanescentes, como a expansão da própria agricultura, as conseqüências das tecnologias empregadas, o controle de pragas e o manejo da terra.

A Embrapa Monitoramento por Satélite atuará principalmente no primeiro módulo do projeto, analisando o uso e ocupação do solo. Numa primeira fase, a Unidade fará o mapeamento da Bacia do Mogi-Pardo, com imagens do satélite Landsat com data de 2002, apresentando todo o uso e ocupação do solo neste ano, que ainda não existe. Também serão utilizadas imagens Landsat de 1987, para um quadro comparativo de 15 anos.

O projeto espera ainda contribuir com subsídios às políticas ambientais do Estado e o desenvolvimento e aplicação de uma metodologia integradora das diversas facetas das relações agricultura/ambiente/recursos/biodiversidade, tendo como norteador o desenvolvimento rural sustentável. De acordo com o coordenador geral do projeto, Ademar Ribeiro Romeiro, os resultados devem subsidiar, por exemplo, as decisões da Secretaria da Agricultura e da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo nas questões relativas ao zoneamento agroambiental e ao uso sustentável da biodiversidade. "O projeto deverá fornecer subsídios para a elaboração de um plano estratégico para a agricultura, tendo em conta os recursos naturais, o meio ambiente, a biodiversidade e as necessidades de produção agropecuária, e fornecer informações para as diversas instâncias gestoras dos recursos hídricos estaduais", ressalta Romeiro.