VIA SATÉLITE: Boletim Informativo do CNPM, Campinas, v. 12, n. 1, jan./fev. 2004.

Embrapa Monitoramento por Satélite desenvolve site na Internet com WebGIS para projeto Estância Jatobá

A Embrapa Monitoramento por Satélite lançou na Internet um website com mapas e WebGIS da Estância Jatobá, santuário ecológico localizado na região da cidade de Holambra, São Paulo, e considerado pelo governo federal e pelo Ibama como Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN. O website vai auxiliar a Estância Jatobá em seu sistema agroecológico de produção e em um projeto de conservação da natureza, pesquisa e educação ambiental.

O website apresenta imagens de satélite de alta resolução espacial, utilizadas para identificação e caracterização das áreas da propriedade, ainda fotos, publicações e informações sobre o projeto Estância Jatobá. Toda a propriedade adota o sistema orgânico de produção e a ferramenta WebGIS - um sistema de informações geográficas utilizado para integrar e disseminar informações geográficas pela Internet - vai auxiliar na certificação de origem e na rastreabilidade da produção. De acordo com o coordenador do projeto, o pesquisador da Embrapa João Alfredo de Carvalho Mangabeira, o WebGIS da Estância Jatobá é um belo exemplo de alta tecnologia aplicada ao sistema agroecológico de produção. "Além de facilitar a gestão da propriedade, esta ferramenta vai permitir a qualquer usuário gerar mapas interativos, lançando mão dos diversos temas que envolvem a realidade da Estância Jatobá, como a área de cultivo de árvores frutíferas, de pasto e mata", ressalta Mangabeira. O endereço na Internet é http://www.jatoba.cnpm.embrapa.br .

Cultivo sustentável, preservação e educação ambiental

As RPPNs, como a Estância Jatobá, são áreas privadas que têm como objetivo a conservação da diversidade biológica. São classificadas como Unidades de Conservação de Uso Sustentável e podem promover atividades como pesquisa e visitação, com objetivos recreativos, educacionais e turísticos. A Estância Jatobá tem 84 hectares, integra uma mini-bacia formada pelo Rio Camanducaia, e é circundada por quase vinte nascentes naturais e áreas de floresta. Os proprietários contam que, na primeira metade do século XX, a terra foi desmatada para se plantar café. Em seguida os citros tomaram seu lugar e de tempos em tempos plantou-se feijão, arroz, milho e mandioca. Hoje, aproximadamente 50 hectares da propriedade são constituídos de florestas, áreas alagadas ou em vias de reflorestamento, 7 hectares são pomares e o resto, pastagens.

O projeto Estância Jatobá, concebido como uma organização educacional e de pesquisa, sem fins lucrativos, dedica-se à promoção e estudo do bem-estar humano, conservação da natureza e um sistema de produção de alimentos sustentável. O projeto envolve aprendizagem através da experiência direta, usando o conhecimento empírico local e a pesquisa científica para compreender e melhorar as relações humanas, promover a conservação da natureza e o cultivo sustentável, incentivar o manejo dos excedentes e o uso de uma energia limpa e eficiente. Embora as florestas da Estância Jatobá, considerando-se os padrões brasileiros, não sejam de grande expansão territorial, elas são importantes na "cadeia de ilhas" que liga a biodiversidade frágil da região. 

A poluição do ar, do solo e da água decorrentes de práticas agrícolas já foram eliminadas na propriedade. Há vários anos não são usados pesticidas, herbicidas e fertilizantes químicos e duas variedades de laranja e uma de limão foram certificados para venda como produto natural ou orgânico por uma das mais criteriosas agências certificadoras do país.

Imagem de satélite

Imagem da Estância Jatobá, feita pelo satélite Ikonos

Lago

Lago forma uma da paisagens da propriedade


 

Limão e girassol

Produção orgânica de limão e girassol

Pastagens

Área de pastagem