Estudo
sobre o alcance territorial da legislação ambiental
é tema de palestra no Maranhão
A Federação das
Indústrias do Estado do Maranhão - Fiema e o Sindicato da
Indústria de Ferro Gusa - Sifema promoveram em São
Luís (MA), no dia 17 de novembro, a palestra do pesquisador da
Embrapa, Evaristo de Miranda, sobre o levantamento do alcance
territorial da legislação ambiental, com destaque para o
impacto no Estado do Maranhão. A palestra foi assistida por
membros da FIEMA, do SIFEMA, da OAB/MA, da Engeflora, além de
representantes de prefeituras e do vice-governador do Maranhão,
Luiz Carlos Porto.
Segundo o estudo realizado pela Embrapa Monitoramento por
Satélite, nos último anos, um número significativo
de áreas foram destinadas à proteção
ambiental e ao uso territorial exclusivo de algumas
populações. Em termos legais, apenas 7% do bioma
Amazônia estaria disponível para ocupação
econômica urbana, industrial e agrícola. No Estado do
Maranhão, esse número seria de 37%. A palestra aconteceu
no auditório da Ordem dos Advogados do Maranhão (OAB/MA).
A pesquisa levanta a questão sobre a real disponibilidade de
terras para a ampliação da produção de
alimentos e energia, reforma agrária, para o crescimento das
cidades e a instalação de obras de infra-estrutura no
Brasil. O conjunto de todas as áreas protegidas consideradas pelo
estudo - como unidades de conservação, áreas
indígenas, quilombolas e a reserva legal - levaram a uma
restrição legal de uso das terras sobre mais de 93% do
bioma Amazônia, colocando na ilegalidade grande parte da
atividades econômicas regionais. No Maranhão, 63% do total
do Estado estão reservados para minorias e
preservação ambiental.
Para Miranda, embora várias leis e iniciativas visassem a
proteção ambiental, elas não contemplaram as
realidades sócio-econômicas existentes, nem a
história da ocupação do país e do
Maranhão. "Acabam trabalhando contra o meio ambiente e a
sustentabilidade. Para o ordenamento territorial, a impressão
é de que o Brasil acabou. A prosseguir o quadro atual de
ilegalidade e confronto com a legitimidade de demandas sociais e
econômicas, todos perdem. Perde-se também, sobretudo, a
perspectiva do desenvolvimento sustentável", completa o
pesquisador.
Durante o evento foi organizada uma exposição com
pôsters temáticos sobre o uso e ocupação das
terras no Estado do Maranhão, organizados pelo pesquisador da
Embrapa Monitoramento por Satélite, Carlos Fernando Quartaroli e
pela Relações Públicas, Luciane Dourado.
|
Jorge Mendes (Fiema),
Evaristo de Miranda (Embrapa), Luiz Porto (vice-governador do
Maranhão) Carlos Fernando Quartaroli (Embrapa) e Cláudio
Azevedo (Sifema)
|
|