Ano 19 - nº 01
Janeiro/Fevereiro 2011
Embrapa Monitoramento por Satélite

Cooperação internacional da Embrapa reforça pesquisa em sistemas agrícolas e florestais

A Embrapa Monitoramento por Satélite receberá a partir de maio um nome de peso para a pesquisa em sustentabilidade de sistemas agrícolas e florestais. Trata-se de Michael Keller, cientista do Serviço Florestal Americano (Forest Service), órgão vinculado ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que ficará no Brasil por um período de dois a quatro anos. Ele deverá colaborar em projetos ligados a temas de relevância para a pesquisa agropecuária brasileira, tais como Redução de Emissões de Desmatamento e Degradação Florestal (REDD), emissão de gases de efeito estufa pela agropecuária e aplicação de técnicas de sensoriamento remoto em sistemas agrícolas e florestais.

Para o chefe-geral da Embrapa Monitoramento por Satélite, Mateus Batistella, a vinda de um pesquisador como Michael Keller, experiente na coordenação de grandes programas de pesquisa internacionais, representa uma importante oportunidade de intercâmbio não só para a Embrapa, mas para a ciência no Brasil. “A expectativa é que a experiência contribua para o fortalecimento da equipe da Embrapa Monitoramento por Satélite e que ele atue como um forte agente de colaboração também entre unidades da Empresa”, ressalta Batistella.

Atualmente, Michael Keller coordena o projeto Sustainable Landscapes (Paisagens Sustentáveis), financiado pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que envolve vários parceiros no Brasil, desde o Serviço Florestal Brasileiro, universidades, diferentes centros da Embrapa e instituições governamentais e não governamentais. O projeto deverá utilizar dados de sensoriamento remoto e de campo e dará subsídios para outras iniciativas de pesquisa da Embrapa.

Labex invertido

A vinda de Keller ao Brasil foi articulada no âmbito de um novo formato de cooperação internacional da Embrapa denominado Labex Invertido. Estabelecido recentemente, ele viabilizará a vinda de cientistas americanos para trabalhar em cooperação com as equipes de pesquisadores da Empresa, nos mesmos moldes que o programa original Embrapa Labex faz com instituições no exterior.

A adesão do Forest Service à iniciativa do Labex invertido ocorreu a partir de uma conjunção de fatores. Por um lado, havia um forte histórico de trabalho conjunto entre o chefe da Embrapa Monitoramento por Satélite, Mateus Batistella, e Michael Keller no programa internacional LBA (Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia). De outro lado, havia a atuação conjunta do programa Labex EUA com o Forest Service, por intermédio dos estudos em manejo florestal realizados pelo pesquisador da Embrapa Marcus Vinicio D’Oliveira entre 2008 e 2010, com o apoio da especialista internacional daquela instituição, Michelle Zweede. Essas duas circunstâncias foram fundamentais para a consolidação da iniciativa sob os aspectos profissional e institucional. Além disso, a vinda de Michael Keller ao Brasil esta sendo financiada pela USAID.

De acordo com o coordenador do Labex Estados Unidos, Ladislau Martin Neto, o Labex invertido representa uma iniciativa pioneira por parte da Embrapa, após mais de 12 anos de atuação nos Estados Unidos realizando pesquisa de ponta em áreas estratégicas para o Brasil junto com pesquisadores americanos. Soma-se a isso as articulações pontuais da Empresa alem do Programa Labex. “Desta vez, são os pesquisadores americanos que vêm trabalhar com a gente, sempre num esforço de cooperação mútua. Essa nova realidade se deve ao reconhecimento da qualidade dos pesquisadores e das pesquisas desenvolvidas na Embrapa. Além disso, a pesquisa florestal no Brasil possui forte apelo devido a Floresta Amazônica, bem como ao imenso potencial de crescimento de florestas plantadas”.

Quem é Michael Keller

Formado em geologia e com grande conhecimento no uso do sensoriamento remoto voltado para ecossistemas florestais, Michael Keller já possui experiência em trabalhos de cooperação com pesquisadores e instituições brasileiros. Durante dez anos, foi o coordenador por parte da Nasa, a agência espacial americana, do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA). O projeto, encabeçado pelo governo do Brasil, foi co-patrocinado por várias instituições internacionais e integrou cerca de dois mil cientistas brasileiros e estrangeiros, entre eles pesquisadores da Embrapa.

Ainda no Brasil, Keller foi pesquisador visitante por dois anos do Centro de Energia Nuclear na Agricultura, da Universidade de São Paulo (CENA/USP). No ano passado, atuou como cientista-chefe da equipe responsável pelo planejamento de uma das maiores redes de observatórios ecológicos do mundo. A Neon (National Ecological Observatory Network) foi projetada com o objetivo de reunir dados de experimentos e de observações ecológicas e climáticas feitas em todo o território americano, em uma escala continental e gerando dados de longo prazo. Financiada pela National Science Foundation (NSF), a rede deve ter a implantação iniciada neste ano. (Por Graziella Galinari e Wilson Fonseca Junior)

Vinda de pesquisador representa importante oportunidade de intercâmbio - Foto: Embrapa

 

 

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