Ano 19 - nº 06
Julho 2011
Embrapa Monitoramento por Satélite

Desenvolvimento da agricultura e floresta com base em geotecnologias é tema de projetos aprovados

Geotecnologias para o mapeamento da agricultura tropical, avaliação da sustentabilidade da cadeia produtiva da seringueira e da emissão de gases de efeito estufa e balanço de carbono em florestas e na produção de grãos. Estas são algumas das temáticas abrangidas pelos projetos de pesquisa da Embrapa Monitoramento por Satélite aprovados em edital do Sistema Embrapa de Gestão, entre propostas e pré-propostas. Os resultados do edital foram divulgados pelo Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa no dia 20 de julho.

O projeto Agrispec, aprovado sob coordenação do pesquisador Luiz Eduardo Vicente, vai integrar dados multisensor e espectroscopia de reflectância para o mapeamento de alvos estratégicos da agricultura tropical - no primeiro momento para a cadeia produtiva da soja. O projeto visa desenvolver métodos quantitativos para o mapeamento remoto e mensuração de características do solo e da planta a partir da análise espectrorradiométrica. Entre os objetivos do projeto está a montagem de bibliotecas espectrais de solo, soja e alvos estratégicos da agricultura tropical.

A expectativa, de acordo com ele, é aprimorar métodos de fácil operação, adaptados ao contexto brasileiro e com aplicação direta no mapeamento de grandes áreas. A idéia, por exemplo, é utilizar o sensoriamento remoto para mapear propriedades do solo e para identificar variedades de soja bem como pragas e doenças. “O impacto dessa tecnologia é fundamental para a redução de custos de pesquisa e produção agrícola”, ressalta Vicente. Ainda segundo ele, ao utilizar técnicas e sensores de última geração, contribui-se também para consolidar a posição da Embrapa enquanto empresa de ponta também na área de sensoriamento remoto.

GeoHevea

Aprovado como pré-proposta, o GeoHevea, coordenado pelo pesquisador Sérgio Gomes Tôsto, visa aplicar geotecnologias na avaliação da sustentabilidade e competitividade da heveicultura no Estado de São Paulo, maior produtor brasileiro de borracha natural. “A idéia é gerar um índice de sustentabilidade para a cultura da seringueira que reflita as dimensões sociais, econômicas e ambientais da atividade, além de analisar a competitividade, tendências da produção e efeitos de políticas governamentais sobre o setor”, explica Tôsto.

Índices de desempenho de serviços ecossistêmicos serão avaliados não só a partir de indicadores econômicos e sociais, mas também ambientais, como erosão do solo, estoque de carbono, fauna e índice de desempenho das áreas protegidas, como Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal. Os dados e informações serão georreferenciados, a fim de possibilitar uma análise geoespacial e identificar os diferentes níveis de sustentabilidade. “Um WebGIS será estruturado e permitirá a interação com os diversos grupos de interesse, como estudantes, associação de produtores e formuladores de políticas públicas”, completa o pesquisador.

Gases de efeito estufa e estoque de carbono na agricultura

Também aprovados como pré-propostas, outros projetos da Embrapa Monitoramento por Satélite devem ter um parecer definitivo até o final de 2011 para início dos trabalhos. Três deles são projetos componentes de projetos em rede e estão relacionados à quantificação da emissão de gases de efeito estufa e do estoque de carbono em sistemas produtivos nos diferentes biomas brasileiros.

Componente da rede GEE Florestas, liderada pela Embrapa Florestas, o projeto coordenado pelo pesquisador Édson Bolfe tem como objetivo sistematizar um banco de dados geográfico com as emissões de gases de efeito estufa e o estoque de carbono das florestas naturais e plantadas. De acordo com Bolfe, a geração de uma base de dados de forma espacialmente explícita deve subsidiar tomadas de decisões governamentais e políticas públicas de desenvolvimento sustentável. O projeto deverá classificar e estimar o estoque de carbono de áreas nos biomas Cerrado, transição Cerrado/Amazônia, Pantanal, Mata Atlântica e Pampa, por meio de sensoriamento remoto. A iniciativa deve ter como impacto a geração de protocolos de mapeamento de carbono com custo inferior aos protocolos tradicionais.

Dois outros projetos componentes da Embrapa Monitoramento por Satélite estão previstos dentro da rede GEE Grãos, liderado pela Embrapa Arroz e Feijão. Um prevê a classificação e espacialização de sistemas de produção de grãos no Brasil. Será realizado o mapeamento das áreas e desenvolvido um banco de dados geoespacial da produção agrícola nacional e uma interface WebGIS. “Os métodos envolvidos no projeto também serão importantes para integrar sistemas de monitoramento da agropecuária brasileira, verificando não só as áreas de produção como também podendo integrar um futuro sistema de previsão de safra”, explica o coordenador do projeto, o pesquisador Daniel de Castro Victoria.

Outro projeto componente da rede GEE Grãos, coordenado pelo pesquisador, Sérgio Gomes Tôsto, deverá fazer a avaliação econômica de tecnologias e políticas voltadas para a mitigação de emissões de gases de efeito estufa. A pré-proposta representa um esforço transversal com o objetivo de avaliar os impactos econômicos em sistemas típicos de grãos, visando a formulação de políticas públicas para o setor. “O projeto deverá formular modelos bio-econômicos que serão mapeados e incorporarão os efeitos de mudanças climáticas e de políticas públicas”, completa Tôsto.

A Embrapa Monitoramento por Satélite tem participação ainda em um projeto componente da rede AGROHIDRO, sobre os impactos da agricultura e das mudanças climáticas nos recursos hídricos. A Unidade é responsável por dois planos de ação do projeto componente “Modelos matemáticos aplicados ao estudo de impactos dos sistemas de produção sobre os Recursos Hídricos”, da Embrapa Solos. Um dos planos de ação envolve o uso de imagens orbitais e informações de campo para compreender a dinâmica espaço-temporal da evapotranspiração em bacias hidrográficas o outro está relacionado à aplicação de modelos hidrológicos para avaliação da sustentabilidade hídrica da agricultura em bacias de médio e grande porte.

 

 

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