MATERIAL E MÉTODOS

MATERIAL

DADOS DE BASE: CAR, SICAR E IBGE

O CAR é um registro eletrônico, obrigatório para todos os imóveis rurais, e constituiu um relevante instrumento do planejamento agrícola, ambiental e econômico. Até 30 de abril de 2017, 4.104.247 de imóveis rurais, totalizando 407.999.690 hectares, estavam inscritos no sistema nacional de cadastro ambiental rural, o SICAR.

A Embrapa Monitoramento por Satélite integrou, ao seu Sistema de Inteligência Territorial Estratégica (SITE), os dados geocodificados completos do Cadastro Ambiental Rural disponíveis no SICAR até dezembro de 2016.

O download dos dados do Ministério do Meio Ambiente de cada um dos 5.570 municípios resultou num arquivo de mais de 40 Gbytes compactados. Descompactados, esses arquivos chegam a 180 GBytes. O CAR reúne informações como o perímetro do imóvel e, no seu interior, o mapeamento de: áreas ocupadas, de preservação permanente (APP), reserva legal, servidões, construções, de interesse social, de utilidade pública etc. São 18 categorias de uso e ocupação das terras geocodificadas em cada imóvel. E para cada categoria há, em geral, mais de um polígono por imóvel.

A figura 1a ilustra o perímetro e os limites parciais internos de um imóvel rural paulista cadastrado no CAR, com base em ortofotos do Projeto Mapeia São Paulo. 

Exemplo

Figura 1a. Exemplo de limites de um imóvel rural com polígonos delimitando áreas de vegetação nativa em preparação para futuro cadastro no CAR.

 

São centenas de milhões de polígonos geocodificados, com bancos de dados associados, no conjunto das informações geocodificadas trabalhados pela equipe do Grupo de Inteligência Territorial Estratégica (GITE) da Embrapa Monitoramento por Satélite.

A espacialização dos dados do CAR integrados no Sistema de Cadastro Ambiental Rural (SICAR) trouxe uma visualização inédita e precisa da áreas de vegetação, de diversas naturezas, preservadas no interior dos imóveis rurais do Brasil.

POPULAÇÃO ESTATÍSTICA E AMOSTRAS TRABALHADAS

A população estatística teórica, objeto desta pesquisa, corresponderia à totalidade dos imóveis rurais brasileiros. A noção de imóvel rural utilizada no CAR pelo Serviço Florestal Brasileiro é bastante semelhante à empregada pelo IBGE de estabelecimento agropecuário no Censo. Trata-se de uma unidade de produção, sob a responsabilidade de uma pessoa (física ou jurídica) de forma independente da condição fundiária do imóvel ou de seu gestor (arrendatário, parceiro, meeiro, proprietário, ocupante etc.).

 Nesse sentido, o certificado do CAR não trata da condição jurídica ou fundiária da imóvel. Segundo o Código Florestal (Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012) em seu Capítulo VI, Art. 29, § 2o: "O cadastramento não será considerado título para fins de reconhecimento do direito de propriedade ou posse, tampouco elimina a necessidade de cumprimento do disposto no art. 2o da Lei no 10.267, de 28 de agosto de 2001".

Até o final de 2017, a soma da população de imóveis cadastrados em cada CAR estadual tenderá a aproximar-se da totalidade dos imóveis rurais brasileiros. Essa diferença é difícil de ser efetivamente aferida por falta de um referencial homogêneo e atualizado. O melhor referencial é ainda o Censo do IBGE de 2006. Existe entre o último Censo Agropecuário e o CAR um intervalo de 10 anos no qual muita coisa ocorreu no mundo rural brasileiro.

Além disso, há grandes diferenças de procedimento. Enquanto no Censo, o recenseador busca (e nem sempre encontra) o responsável pelo estabelecimento rural, principalmente em áreas remotas, no caso do CAR, o responsável é quem procurou e colocou seus dados no sistema, diretamente ou através de um preposto. Por tratar-se de um cadastro permanente, o CAR, além de duas etapas para baixar e enviar dados, ainda possui recursos para permitir tanto a consulta como a atualização de cada imóvel rural cadastrado (figura 1b).

CAR

Figura 1b. Etapas do cadastramento e da manutenção dos dados de um imóvel rural no CAR.

 

Os dados do Censo IBGE 2006 serviram nesta pesquisa como um parâmetro de comparação, tanto para o número de imóveis como para a área apropriada em todo o Brasil via-à-vis dos dados do CAR e do SICAR, considerados até dezembro de 2016 (dados efetivamente disponibilizados no SICAR). O processo de cadastramento prossegue e a última atualização refere-se à situação em abril de 2017.

Em permanência, em termos estatísticos, esta pesquisa lidou com quatro populações ou subpopulações de imóveis a cada momento temporal: a população total existente (desconhecida), a população cadastrada no CAR estadual, a população cadastrada cujos dados migraram para o SICAR nacional e a população de imóveis do SICAR cujos dados estão efetivamente disponíveis para download no website do Serviço Florestal Brasileiro. Complementarmente, os números as áreas cadastradas, são atualizados regularmente pelos Boletins Informativos do CAR, com periodicidade mensal.

Em termos operacionais, com a definição do universo estatístico a ser trabalhado, os dados numéricos de base foram organizados em duas populações de imóveis rurais para a obtenção e a análise dos resultados almejados:

· Imóveis disponíveis no SICAR em dezembro de 2016, cujas áreas de vegetação preservada serão medidas cartograficamente e calculadas por geoprocessamento;

· Resíduos de imóveis rurais existentes em cada CAR estadual em dezembro de 2016, ainda não disponível no SICAR, cujas áreas de vegetação preservada serão estimadas por procedimentos aritméticos estatísticos.

<<voltar ao topo - MATERIAL

 

Embrapa - MAPA - MDSA - Governo Federal


MÉTODOS

Os procedimentos metodológicos apresentados a seguir, principalmente no mapeamento homogêneo e unificado das áreas de vegetação preservada nos imóveis rurais constituem um dos principais produtos inovadores entregues por essa pesquisa realizada pelo Grupo de Inteligência Territorial Estratégica (GITE) da Embrapa.

 

QUANTIFICAÇÃO DA DIMENSÃO NUMÉRICA E TERRITORIAL DO CONJUNTO DOS IMÓVEIS RURAIS CADASTRADOS NO CAR

A quantificação numérica dos imóveis rurais cadastrados no SICAR até dezembro de 2016 foi obtida na base de dados do Serviço Florestal Brasileiro do Ministério do Meio Ambiente. Ela foi complementada pela quantificação numérica dos imóveis rurais cadastrados no CAR dos estados, graças às quantificações fornecidas nos extratos dos Boletins Informativos mensais do CAR. Utilizando tabelas em Excel, esses dados foram organizados por estados, regiões e país, a partir de duas variáveis principais: número e área dos imóveis rurais cadastrados no CAR.

Para fins de um referencial de comparação, também foram organizados em tabelas Excel com os dados do Censo Agropecuário de 2006 do IBGE sobre o número dos estabelecimentos agropecuários levantados por estados, regiões e país. Essas informações censitárias também foram organizadas por duas variáveis principais: número e área dos estabelecimentos agropecuários levantados.

Por meio de operações aritméticas básicas, foi possível realizar a comparação absoluta e relativa dos dados numéricos e de superfície dos imóveis rurais, bem como estimar suas “evoluções” entre 2006 e 2016. Os próprios recursos do Excel permitiram outros cálculos intermediários e a hierarquização decrescente dos valores relativos obtidos e a construção de diversas tabelas. O conjunto desses cálculos permitiu avaliar a dimensão numérica ou a evolução do número de imóveis cadastrados no CAR por estados da federação, regiões e país, comparados aos números pertinentes do Censo Agropecuário de 2006. Esse mesmo conjunto de cálculos também permitiu avaliar a dimensão territorial ou a evolução da área dos imóveis cadastrados no CAR por estados da federação, regiões e país, quando comparados aos números pertinentes do Censo Agropecuário de 2006.

Esse conjunto de tabelas criadas e geradas, além de permitir o dimensionamento numérico e territorial dos imóveis rurais cadastrados no CAR, serviu para apoiar a medição cartográfica das áreas de vegetação preservada nos imóveis rurais cadastrados no CAR, bem como a estimativa das mesmas nos resíduos de imóveis rurais do CAR estadual não integrados ao SICAR nacional.

 

MEDIÇÕES CARTOGRÁFICAS E CÁLCULOS POR GEOPROCESSAMENTO DAS ÁREAS DE VEGETAÇÃO PRESERVADA NO CONJUNTO DOS IMÓVEIS RURAIS CADASTRADOS NO SICAR

Para a Embrapa, esta constitui a etapa metodológica mais central e decisiva para o banco de dados do SICAR: poder-se detectar, identificar, qualificar, quantificar e cartografar as áreas de vegetação preservadas nos imóveis rurais cadastrados no CAR, em bases homogêneas e unificadas.

Métodos e programas com a finalidade de integrar as informações ambientais dos imóveis rurais para controle, monitoramento e combate ao desmatamento vêm sendo desenvolvidos pelo Serviço Florestal Brasileiro com a Universidade Federal de Lavras.

No caso da Embrapa, tratava-se de outra questão: desenvolver procedimentos e métodos para integrar os dados geocodificados nos planos de informação de mais de 4 milhões de imóveis rurais ao planejamento agropecuário local, estatual, regional e estadual, buscando criar novos indicadores para ampliar a sustentabilidade ambiental, social e econômica da agricultura brasileira.

Para esse desafio inédito trazido pelas informações do CAR, não existem soluções metodológicas de prateleira, nem consagradas empiricamente. A equipe do GITE, em particular o seu grupo analistas de geoprocessamento e de tecnologia da informação construíram, testaram e validaram progressivamente um método para obtenção dos resultados desejados. Ele foi testado inicialmente em alguns estados da federação, depois validado em duas regiões, para finalmente, sempre incorporando novas rotinas que ampliavam sua performance e traziam ganhos de precisão, ser aplicado de forma homogênea a todos municípios, microrregiões, estados e regiões do país, reunidos no CAR até dezembro de 2016.

O aperfeiçoamento desses métodos desenvolvidos no GITE procede, tanto em função da avalição e crítica dos resultados numéricos e cartográficos obtidos, submetidos ao exame de pares e parceiros nessa pesquisa, como em função de novas formas de disponibilização dos dados pela equipe do Serviço Florestal Brasileiro responsável pelo SICAR. Provavelmente duas novas quantificações deverão ser realizadas: uma no segundo semestre de 2017 e outra no início de 2018, após a provável conclusão do período de cadastramento de imóveis rurais no CAR.

A seguir apresenta-se um fluxograma com 16 etapas ou fases metodológicas desenvolvidas pelo Grupo de Inteligência Territorial Estratégica (GITE) da Embrapa. Logo a seguir, para cada uma dessas 16 etapas, é detalhado, de forma circunstanciada (quase um tutorial), como elas foram realizadas.  

No fluxograma abaixo são mostradas  as fases realizadas no processamento dos dados do CAR visando detectar, identificar, qualificar, quantificar e cartografar as áreas de vegetação preservadas nos imóveis rurais cadastrados.

Fluxo1 

 

Fase 1

O download dos arquivos do SICAR está disponível no site www.car.gov.br/publico/imoveis como mostra a figura 2. É necessário informar alguns dados para prosseguir com o download. 

Figura 1

Figura 2. Dados do CAR do Brasil.

O arquivo de download de cada município será identificado por códigos, como mostra a figura 3.

Figura 2

Figura 3. Arquivos de municípios do Mato Grosso, com destaque para Cuiabá.

A figura 4 ilustra o conjunto de informações disponíveis para cada município.

Figura 3

Figura 4. Disposição dos dados dentro dos subdiretórios de código de cada município.  

Os cinco planos de informação trabalhados são AREA_IMOVEL (área de cada imóvel rural), APP (Área de Preservação Permanente), HIDROGRAFIA (rios e lagos), RESERVA_LEGAL (reserva legal) e VEGETACAO_NATIVA (excedente de vegetação).  

<<voltar ao fluxograma


Fase 2

Para obter o nome e o caminho dos cinco planos de informação dos dados do CAR utilizados neste trabalho foi utilizado o comando “Dir” do aplicativo Prompt de Comando do Windows como mostra a figura 5.

Figura 4

Figura 5. Obtenção de nomes e caminhos dos arquivos do CAR.

 Citando um exemplo para "área do imóvel", o comando é:

>>  Dir area_imovel.dbf area_imovel.shp area_imovel.shx area_imovel.prj /s /w /b > imóvel_mt.txt

Neste caso os arquivos area_imovel com extensões .dbf .shp .shx  e .prj e seus respectivos caminhos serão copiados no arquivo imóvel.txt, como mostra a figura 6.

Figura 5

Figura 6. Arquivo imovel_mt.txt no Bloco de notas.  

Os cinco arquivos .txt gerados pelo comando dir estão ilustrados na figura 7.

Figura 6

Figura 7. Os arquivos .txt com os planos de informação em estudo.            

 

<<voltar ao fluxograma


Fase 3

Os arquivos .txt são importados no Excel para serem copiados com nomes dos municípios em que os imóveis estão localizados, como mostra a figura 8. 

Figura 7

Figura 8. Arquivos .txt, que são importados pelo Excel.  

Na importação a "Origem do arquivo" deve ser o Unicode (UTF-8), para que os caracteres da língua portuguesa não sejam deformados, como mostra a figura 9.

Figura 8

Figura 9. Configuração da "Origem do arquivo" em UTF-8.

Na planilha Excel denominado de imovel_mt, são inseridos mais 4 campos, como mostram as figura-10a, figura-10b e figura-10c. Apenas na primeira linha, que gerará as outras linhas com a função “arraste” ou duplo clique, as funções serão trabalhas.  No campo “A” é inserido apenas “copy”, as linhas do campo “B” com os dados do arquivo .txt,  que  foi aberto anteriormente,  o campo “C” com a função “EXT.TEXTO(), o campo “D” com a função “DIREITA()” e o campo “E” com a função “CONCATENAR()”.

A figura 10a, mostra a função EXT.TEXTO(),que obtém do campo “B” o início do nome do município mais 22 caracteres referentes a este campo, não considerando o tamanho do nome do município, a finalidade é obter o nome inicial e os caracteres que possam diferenciar de outros municípios com nome s semelhantes. O acerto para cada estado (UF) é apenas no campo Núm_inicial.

Figura 9a

Figura 10a. Função “EXT.TEXTO()” para obter o nome do município.  

Para obter a extensão do arquivo foi utilizado a função “DIREITA()” referente o campo “B”, e apenas 4 caracteres, como mostra a figura 10b.

Figura 9b

Figura 10b. Função “DIREITA(), para obter a extensão do arquivo.

O caminho e o nome do arquivo será copiado e mostrado com destaque na figura-10c, que utilizou a função “CONCATENAR()”. Os destaques estão nos campos “Texto 1”, onde está o caminho do diretório previamente gerado e onde os arquivos serão copiados e o “Texto2”, que acrescentará no nome dos arquivos o texto “_imovel”, no caso de “AREA_IMOVEL”. Isso diferenciará as características dos arquivos e facilitará na organização e na procura de erros, que porventura possa vir nas fases seguintes.

Figura 9c

Figura 10c: Função "CONCATENAR()", para inserir o caminho e nome do arquivo.

A figura 11 mostra o arquivo de imóvel no formato Excel com todas as linhas preenchidas com “duplo clique” e copiados na nova planilha denominada de imovel_mt_1, que servirá de backup da primeira planilha. Inicialmente o campo “C” será transformado em valores .

Figura 10

Figura 11. O campo “C” transformado em valores.

Ainda com o campo “C” selecionado, a função “Localizar e substituir” substituirá os caracteres “\” por “_”, para que os nomes dos arquivos possam ser renomeados. Como mostra a figura 12a.

Figura 11a

Figura 12a: Localização e substituição de todos “\” para “_” no campo “C”.

 A configuração final é o campo “E”, que também será transformado em valores, como mostra a figura 12b. Seguidamente serão apagados os campos “C” e “D”.

Figura 11b

Figura 12b: formatação do campo “E”.  

A planilha deve ser salva no formato Texto (separado por tabulações), como mostra a figura 13. Seguidamente deve ser fechada do Excel para que a extensão seja alterada.

Figura 12

Figura 13. Salvar a planilha no formato .txt.    

        

<<voltar ao fluxograma


Fase 4

Para que o arquivo “imóvel_mt.txt” possa ser executado no Explorador de Arquivos é necessário ser mudada a extensão de .txt para .bat, como mostra a figura 14.

Figura 13

Figura 14: Alteração da extensão .txt para .bat.

Após a alteração para .bat é necessário apenas duplo clique no arquivo para ser executado, como mostra a figura 15 no momento da execução.

Figura 14

Figura 15: Execução do arquivo .bat.

Após a execução o diretório “Imovel” conterá os arquivos de imóveis do estado de Mato Grosso e renomeados conforme o município que os imóveis pertencem, como mostra a figura 16.

Figura 15

Figura 16: Diretório “imóvel” com os arquivos dos imóveis de Mato Grosso.

 

<<voltar ao fluxograma


 Fase 5

 Nesta fase inicia-se o uso do ArcGIS Desktop 10.5 e sua família. Ele é um software de 32 bits, mas com a instalação do “Background Geoprocessing (64 bits)” pode-se fazer um bom uso da capacidade de processamento do computador com as ferramentas de geoprocessamento. O computador  desktop utilizado foi um DELL XPS  com processador (8-core) da Intel(R) Core(TM) i7-4770 CPU @ 3.4 GHz,  16 GBytes de RAM e 2 HDs externos de 2 teraBytes . O sistema operacional é o Windows 10 PRO.

O “Background Geoprocessing“ para o ArcGIS 10.5 está disponível no site https://my.esri.com/#/downloads/ArcGIS%20Desktop/10.5 para usuários em dia com o Contrato de Manutenção com a Esri. A figura 17 mostra o site desse software.

Figura 16

Figura 17: O “Background Geoprocessing “ para download.

Com o “Background Geoprocessing “ é possível abrir vários  ArcMaps e processar em paralelo as ferramentas do ArcGIS, isso pode ser conferido com o Gerenciador de Tarefa do Windows, no momento de execução das ferramentas.

Os dados das características do CAR muitas vezes ultrapassam 2 GigaBytes, impossibilitando trabalhar com a extensão .shp. Assim, usa-se o File Geodatabase, com capacidade de até 2 TeraBytes. Para posterior análise com regras topológicas de sobreposição de polígonos é gerado o “Feature Dataset” dentro do File Geodatabase. Dentro do “Feature Dataset” serão inseridos o todos os polígonos em estudo. A figura 18 mostra todos esses arquivos.

Figura 17

Figura 18: Os File Geodatabase com os respectivos Feature Dataset.     

 

<<voltar ao fluxograma


Fase 6

Para juntar todos os arquivos de um plano de informação em um único arquivo, utiliza-se a função “Merge”, ou seja, mescla dos arquivos. A figura 19 mostra um exemplo da característica dos imóveis que são carregados para essa função. Observa-se que os arquivos carregados devem possuir as extensões .shp, .shx e .dbf e vários municípios não possuíam  esses arquivos, sendo disponibilizado apenas o arquivo .dbf, o que por vezes causou erros na execução dessa função.

Figura 18

Figura 19. Carregamento da função Merge.

Após o carregamento da função “Merge” é necessário nomear o arquivo de saída, que estará dentro do Feature Dataset, que estará dentro do File Geodatabase. Como mostra a figura 20.

Figura 19

Figura 20. Ferramenta “Merge” para mesclar todos os arquivos de Imóveis.

A execução da função “Merge” pelo “Background Geoprocessing “ é mostrado na figura 21. Algumas funções como o dissolve são executadas em várias horas, pelo “Background Geoprocessing “, porém a execução em paralelo de várias funções poupa bastante tempo.

Figura 20

Figura 21. Execução do "Merge".

O resultado da execução da função “Merge” de imóveis do estado de Mato Grosso é mostrado na figura 22a. Observa-se nesta escala que há vários polígonos de tamanhos incompatíveis que certamente não são imóveis rurais.

Figura 21

Figura 22a. Visualização do "Merge" do Mato Grosso.

 

<<voltar ao fluxograma


Fase 7

Nos arquivos de imóveis havia vários arquivos espúrios como: imensas propriedades, cadastro de parte de rios, parques, reservas, que foram excluídas. Primeiramente, pelo critério do tamanho da área, como mostra a figura 22b. Em seguida consulta de áreas com imagens de satélite no “background”. O resultado é o arquivo de imóveis com seus dados filtrados.

fig 22

Figura 22b. Eliminação de polígonos espúrios.

 

<<voltar ao fluxograma


Fase 8

Os polígonos dos imóveis possuem algumas sobreposições, para eliminá-las foi utilizada a função “Dissolve”, como mostra a figura 23. Com grande destaque a caixa “Create Multpart Features”, que estava marcada. Caso não seja desmarcada o processamento será muito demorado pelo fato de gerar apenas alguns imensos polígonos com várias partes. 

Figura 22

Figura 23: Função dissolve e seus principais destaques.

Caso haja problemas processamento da função “dissolve”, recomenda-se como primeira alternativa a execução da função “Repair Geometry” para esse arquivo. A figura 24 mostra uma pequena área antes e após o “Dissolve”. 

Figura 24

Figura 24. Polígonos antes e depois da execução da função “Dissolve”

 

<<voltar ao fluxograma


Fase 9

Os polígonos dos Imóveis são os mais importantes. Eles que delimitarão as outras características. A figura 25 mostra a função de “Intersec” entre os polígonos dos imóveis com os polígonos dos municípios. Essa intersecção contribuirá com os campos de município e microrregião a que pertencem as áreas imóveis. Caso algum imóvel esteja em dois ou mais municípios, a intersecção designará a parte que pertence a cada município em questão.

Figura 25

Figura 25. Função “Intersect” entre municípios e imóveis.

 

<<voltar ao fluxograma


Fase 10

A função “Merge” para utilizada para mesclar as características: APP, HIDRO, ResLeg e VegNat, como foi realizada para os polígonos dos imóveis na fase (6) e a função “Dissolve” para dissolver os polígonos, o resultado é mostrado na figura 26 pelo ArcCatalog. O dissolve neste caso foi realizado para reduzir a quantidade de polígonos e possibilitar seu processamento.

Figura 26

Figura 26. Resultado das funções “Merge” e “Dissolve”

 

<<voltar ao fluxograma


Fase 11

As características HIDRO, APP, ResLeg e VegNat em vários casos se sobrepõem. Esse problema foi resolvido da seguinte maneira: Foram mesclados os arquivos todos_HIDRO_dissolve, todos_APP_dissolve, todos_ResLeg_dissolve e todos_VegNat_dissolve, gerando  o arquivo  APP_HIDRO_ResLeg _ VegNat, aplicando a função “Dissolve”, resultou em APP_HIDRO_ResLeg _ VegNat_dissolve. Foram mesclados os arquivos todos_HIDRO_dissolve, todos_APP_dissolve e todos_ResLeg_dissolve, gerando  o arquivo  APP_HIDRO_ResLeg, aplicando a função “Dissolve”, resultou em APP_HIDRO_ResLeg _dissolve. E também foram mesclados os arquivos todos_HIDRO_dissolve e todos_APP_dissolve, gerando  o arquivo  APP_HIDRO, aplicando a função “Dissolve”, resultou em APP_HIDRO_dissolve. E o arquivo HIDRO com a função “Dissolve” resultou em HIDRO_dissolve. Como mostra a figura 27, e foi aplicada a função “Erase” entre eles.

Figura 27

Figura 27. Mesclagem de dissolve das características.

 

<<voltar ao fluxograma


Fase 12

A resolução do problema da fase anterior foi completada com a função “Erase” como está ilustrado na figura 28.

Figura 28

Figura 28. Função “Erase” isolando somente a característica desejada.

As quatro características desejadas foram isoladas como mostra a figura 29.

Figura 29

Figura 29. As quatro características desejadas.

 

<<voltar ao fluxograma


Fase 13

Para finalizar as operações é necessário fazer a intersecção das características isoladas com o arquivo de imóveis que sofreu intersecção com os municípios, ou seja o arquivo “intersect_imoveis_municípios”. Os resultados são mostrados na figura 30.

Figura 30

Figura 30. Resultado final das operações.

 

<<voltar ao fluxograma


Fase 14

Para validar os resultados é necessário verificar a topologia desses arquivos para não haver sobreposição de polígonos. A figura 31 mostra como é gerado a topologia pelo ArcCatalog.

Figura 31

Figura 31. Geração de regra topológica de não sobreposição de polígonos.

Caso haja sobreposição, uma das soluções é iniciar a edição do arquivo, selecionar os polígonos com sobreposição e realizar a mesclagem com a função “Merge” do modo de edição.

 

<<voltar ao fluxograma


Fase 15

O uso da função “summarize” na tabela das características facilitam na obtenção das áreas em cada município ou microrregião. Isto pode ser evidenciado na figura 32.

Figura 32

Figura 32. Geração da tabela de área das microrregiões.

 

<<voltar ao fluxograma


Fase 16

As tabelas geradas em .txt servirão para construir a tabela final em Excel, como mostra a figura 33. E a característica Vegetação Nativa se transformou em Vegetação Excedente.

Figura 33

Figura 33. Arquivos obtidos no formato .txt e tabela final dos cálculos dos dados do CAR.

 

Esse itinerário metodológico circunstanciado para mapear as áreas de vegetação preservada em milhões de imóveis rurais, a diversos títulos (APP, Reserva Legal...), de forma unificada e homogênea do ponto de vista cartográfico, é uma das maiores contribuições inovadoras dessa pesquisa conduzida pela equipe de geoprocessamento e tecnologia da informação do Grupo de Inteligência Territorial Estratégica (GITE), sob a coordenação do Dr. Osvaldo Tadatomo Oshiro.

 

<<voltar ao fluxograma


 

MÉTODOS COMPLEMENTARES

Um outro procedimento metodológico foi aplicado com o ArcGIS Pro 1.4.1 e a ferramenta “Clip”, que substitui  as funções “Intersect” e “Dissolve”.

O ArcGIS Pro é um software da Esri e está disponível para quem possui o ArcGIS Desktop e com o contrato de Manutenção em dia. A grande vantagem é que esse software é de 64 bits, como o microcomputador Dell e o Windows 10. A autenticação é online, no servidor da Esri, possibilitando seu uso não apenas nos computadores locais como em outros locais longe do servidor de licença do ArcGIS Desktop.  A figura 34 mostra esse software.

Figura 34

Figura 34. Visualização do ArcGIS Pro 1.4.1

A função “clip” com o arquivo de “municípios” cortado pelo arquivo de “todos_imoveis_filtro” pode ser observada na figura 35.

Figura 35

Figura 35. Função “Clip” no ArcGIS Pro 1.4.1

O resultado do uso ArcGIS Desktop 10.5 com as ferramentas “Intersect” seguido do “Dissolve” com o ArcGIS Pro 1.4.1 com a ferramenta “Clip” é ilustrado da figura 36 pelo ArcCatalog. A quantidade de operações é reduzida e resulta menor número de arquivos, com redução do tempo de processamento.

Figura 36

Figura 36. Diferença da quantidade de arquivos entre o ArcGIS Destop 10.5 e ArcGIS Pro 1.4.1.

 

<<voltar ao fluxograma


 

ESTIMATIVA ARITMETICO-ESTATÍSTICA DAS ÁREAS DE VEGETAÇÃO PRESERVADA NOS RESÍDUOS DE IMÓVEIS RURAIS DO CAR ESTADUAL NÃO INTEGRADOS NO SICAR NACIONAL

A primeira etapa deste procedimento baseou-se no uso da quantificação numérica dos imóveis rurais cadastrados no CAR até dezembro de 2016, obtida na base de dados do Serviço Florestal Brasileiro e nas medições cartográficas e cálculos por geoprocessamento das áreas de vegetação preservada no conjunto dos imóveis rurais cadastrados no SICAR.

Numa segunda etapa, a estimativa aritmetico-estatística das áreas de vegetação preservada nos resíduos de imóveis rurais do CAR estadual não integrados no SICAR nacional demandou o cálculo das áreas totais desses resíduos por estado, região e país. Através das tabelas em Excel, foi possível calcular os valores absolutos e relativos desse diferencial ou residual de áreas dos cadastros estaduais não integradas ao SICAR nacional.

Os resultados desses cálculos diferem dos obtidos na dimensão numérica e territorial dos imóveis rurais cadastrados no CAR, apresentados anteriormente, por não integrarem as informações dos estados do Mato Grosso do Sul e do Espírito Santo, já que elas não foram incorporadas ao SICAR e, portanto, não permitem o mapeamento e o cálculo das áreas de vegetação preservada. A tabela 1 ilustra a dimensão absoluta e relativa desses resíduos em cada um dos 25 estados pesquisados.  

Tabela 1. Diferença ou Resíduo de Imóveis Rurais do CAR não integrados ao SICAR 2016. 

Estado Áreas dos Imóveis Rurais no CAR 2016 (ha) Área dos Imóveis Rurais no SICAR 2016 (ha) Diferença ou Resíduo de Imóveis Rurais do CAR não integrados ao SICAR % da Diferença ou Resíduo de Imóveis Rurais do CAR não integrados ao SICAR
Tocantins 13.570.442 13.118.666 451.776 3,3
Bahia 12.652.167 12.162.066 490.101 3,9
São Paulo 17.808.470 17.106.916 701.554 3,9
Rio Grande do Sul 17.335.427 16.491.386 844.041 4,9
Rio Grande do Norte 2.333.369 2.198.582 134.787 5,8
Alagoas 955.662 883.586 72.076 7,5
Santa Catarina 6.607.022 6.051.793 555.229 8,4
Paraná 14.801.657 13.490.032 1.311.625 8,9
Piauí 8.691.940 7.897.537 794.403 9,1
Paraíba 2.017.519 1.817.938 199.581 9,9
Pernambuco 3.929.032 3.533.320 395.712 10,1
Minas Gerais 37.228.734 33.446.766 3.781.968 10,2
Mato Grosso 68.329.198 61.200.738 7.128.460 10,4
Sergipe 1.033.843 907.554 126.289 12,2
Goiás 24.104.074 20.682.074 3.422.000 14,2
Roraima 3.761.940 3.199.238 562.702 15
Acre 10.879.526 9.238.617 1.640.909 15,1
Ceará 3.997.837 3.296.937 700.900 17,5
Amapá 2.664.756 1.947.362 717.394 26,9
Pará 56.939.633 37.445.249 19.494.384 34,2
Rondônia 13.115.075 8.043.297 5.071.778 38,7
Distrito Federal 343.705 208.205 135.500 39,4
Maranhão 20.176.768 11.739.027 8.437.741 41,8
Rio de Janeiro 3.135.853 1.664.985 1.470.868 46,9
Amazonas 24.230.382 9.749.597 14.480.785 59,8

O cálculo dos resíduos mostra um valor total da ordem de 18%. Em outras palavras, a área de vegetação preservada pode ser mapeada e calculada para cerca de 82% da área da população de imóveis rurais cadastrados no CAR. A área a ser estimada é a do resíduo não cadastrado no SICAR, avaliado em 18%. Essa porcentagem de resíduo territorial não cadastrado no SICAR em 70% dos estados ficou abaixo de 20% da área total e variou entre 3% e 10% em metade os estados. Apenas Maranhão, Rio de Janeiro e Amazonas apresentaram um resíduo acima de 40%.

A tendência da dimensão territorial desse resíduo é de diminuir ao longo do tempo, com a disponibilização no SICAR Nacional dos dados já existentes no CAR dos estados e com a continuidade do cadastramento até o final de 2017. Com o tempo, seria normal que a área desses resíduos tendesse a zero. Isso já pode ser observado no aumento relativo do número e da área dos imóveis cadastrados apresentados no Boletim Informativo do CAR de maio de 2017. Esse boletim apresenta uma primeira totalização dos dados incorporados no SICAR entre janeiro e abril de 2017. A título de comparação, com relação ao referencial do Censo Agropecuário de 2006, a falta de imóveis cadastrados no Nordeste caiu de 66% para 62%. No tocante à área cadastrada, no mesmo quadrimestre, o déficit da região Sul caiu de 7% para 6% e no Nordeste de 27% para 23,5% (Fig. 37).

Infográfico do CAR

(Fonte: Números do CAR - SFB)

Figura 37. Ilustração sintética do avanço do registro de imóveis rurais no CAR até 30 de abril de 2017.

 

Finalmente, considerando a hipótese estatística que as áreas cadastradas no SICAR são uma subpopulação amplamente majoritária (80%) da população total cadastrada no CAR; considerando também que o resíduo da população do CAR não cadastrado no SICAR é minoritário (20%) e deveria manter as características da população estatística inicial; considerando que as áreas de vegetação nativa preservadas puderam ser mapeadas e calculadas no conjunto da subpopulação do SICAR, que representa mais de 80% das áreas cadastradas no CAR; decidiu-se estimar a área de vegetação preservada nos resíduos dos imóveis rurais do CAR de cada estado, ainda não integrados ao SICAR nacional em dezembro de 2016, através de uma regra aritmética de mera proporcionalidade. Em cada estado, aplicou-se a taxa verificada de vegetação nativa preservada nos imóveis cadastrados no SICAR ao conjunto do resíduo da área dos imóveis do CAR ainda não incorporados ao SICAR nacional.

A soma das áreas de vegetação preservadas calculadas e mapeadas (SICAR) com a área estimada de vegetação preservada no resíduo de imóveis do CAR permitiu obter um valor da área total de vegetação preservada por estado, região e país.

 

<<voltar ao topo - MÉTODOS

 

Embrapa - MAPA - MDSA - Governo Federal

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Centro Nacional de Pesquisa de
Monitoramento por Satélite
Copyright © 2017 - Atualizado em 12-06-2017
Embrapa Monitoramento por Satélite
Av. Soldado Passarinho, 303
Fazenda Chapadão CEP 13070-115 Campinas, SP, Brasil
Fone: +55 (19) 3211-6200 Fax: +55 (19) 3211-6222