Resumo

Existe atualmente forte interesse na sociedade e comunidade científica em compreender, avaliar e minimizar os impactos antrópicos sobre os recursos hídricos. Em particular, tem sido investigado o efeito da remoção da cobertura vegetal nativa sobre as descargas dos rios em termos de disponibilidade e qualidade das águas. Esse tipo de estudo tem sido voltado principalmente para grandes áreas, onde a influência dos processos antrópicos tem maior potencial impactante na resposta da bacia. Para a estimativa dos efeitos decorrentes de mudanças de cobertura vegetal sobre os recursos hídricos, a modelagem hidrológica constitui a ferramenta mais adequada. Por outro lado, dados obtidos por sensoriamento remoto têm se mostrado úteis para uma infinidade de estudos, principalmente para áreas extensas e de difícil acesso, como a região Amazônica, onde a coleta de informações in loco é bastante onerosa. Este projeto tem como objetivo principal avaliar os benefícios e dificuldades da incorporação de dados de sensores orbitais à modelagem hidrológica, como forma de estimar impactos decorrentes da mudança de cobertura das terras sobre a disponibilidade hídrica na Amazônia. O modelo hidrológico distribuído MGB-IPH (Modelo de Grandes Bacias do Instituto de Pesquisas Hidráulicas) será utilizado com a incorporação de dados de sensores remotos relativos à estimativa de precipitação, temperatura e índices de vegetação, entre outros. Também será utilizado o algoritmo SEBAL (Surface Energy Balance Algorithm), desenvolvido para estimar o balanço de energia na superfície a partir de informações obtidas de sensores remotos e dados de estações meteorológicas. Os resultados obtidos serão comparados com dados meteorológicos do local e entre si, resultando em melhor calibração e verificação de ambos os métodos. Isso permitirá avaliar possibilidades de interação entre o modelo hidrológico e o algoritmo SEBAL. A bacia hidrográfica do Rio Ji-Paraná (75.000 km²) é tomada como estudo de caso e espera-se que os resultados alcançados pelo projeto possam ser utilizados para fomentar a gestão sustentável dos recursos hídricos na região, além de servir como base para ferramentas de avaliação de risco à produção agrícola local, através do monitoramento dos fluxos de calor, em especial da evapotranspiração e da umidade do solo.

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Unidades de resposta hidrológica (URH). Cruzamento do tipo de solo com a cobertura.

Cobertura do solo na Bacia do Rio Ji-Paraná em
2001 e 2010.

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