Sustentabilidade Agrícola na Amazônia - Machadinho d'Oeste
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Métodos

A partir de uma amostragem casual simples estratificada por glebas, considerando-se também a taxa de ocupação inicial dos lotes verificada em campo e em imagens de satélite, foi selecionada em 1986 uma amostra de cerca de 45% dos 2.934 lotes rurais existentes nas quatro glebas implantadas do antigo projeto de colonização (Gleba1, Gleba 2, Gleba 3 e Gleba 6).


Os cerca de 450 agricultores foram identificados e as estruturas e sistemas de produção de suas propriedades analisadas em dezembro de 1986, setembro de 1989, maio-junho de 1993, maio de 1996, julho-agosto de 1999, setembro-outubro de 2002, agosto-setembro de 2005, agosto de 2008 e agosto de 2014.

 
No tocante à prospecção de campo, é sempre utilizada uma ficha de levantamento da propriedade rural visando uma descrição, tão objetiva quanto possível, da realidade dos agricultores. Ela garante também uma uniformidade de linguagem na obtenção de dados com vistas a seu tratamento informatizado posterior. A ficha definida foi testada e elaborada em função das informações disponíveis sobre o objeto em estudo e dos objetivos deste trabalho. Ela reúne mais de 250 variáveis, sendo as principais:

  • descritores de localização e situação das propriedades (12 variáveis);
  • descritores sócio-econômicos (83 variáveis);
  • descritores agronômicos (30 variáveis para cada cultura e 14 variáveis para a pecuária).

A ficha contém também duas questões em aberto, onde os agricultores indicam seus maiores problemas para viabilizar a produção e suas principais necessidades para desenvolver a propriedade rural.


Também são coletadas informações sobre a comercialização dos produtos agrícolas, formas e intensidade do desmatamento, tipos de consórcios praticados entre culturas anuais e perenes, padrões de rotação de culturas e de uso das terras.


A aplicação das fichas de levantamento dos lotes tem sido realizada nesses vinte anos pelos técnicos da Embrapa Monitoramento por Satélite, com a participação de membros e apoio logístico de instituições governamentais da região, como Embrapa/CPAF-RO, CEPLAC-RO, EMATER, INCRA, Sucam, Prefeitura Municipal de Machadinho d'Oeste, dentre outras.


Após o preenchimento dos questionários, vários testes de consistência são aplicados, para eliminar ainda no campo erros de preenchimento, posição e/ou digitação. Na posse de um arquivo final corrigido e homogêneo, dá-se início ao tratamento dos dados propriamente dito.


Os dados coletados em campo são checados, homogeneizados e informatizados, constituindo bancos de dados numéricos para cada uma das missões realizadas (1986, 1989, 1993, 1996, 1999, 2002, 2005 e 2014).

 

Inovação Metodológica para 2014.


Para a campanha de 2014, a Embrapa implantou uma nova solução para a coleta, o armazenamento e o tratamento dos dados. A equipe preparou para os entrevistadores um conjunto de dispositivos móveis (tablets) nos quais era possível preencher o questionário. O questionário original foi customizado e expandido, utilizando-se um pacote de ferramentas gratuito para coleta e gerenciamento de dados. Os dados coletados passaram a ser sincronizados em um servidor central que possibilitava análises parciais.

Essa solução permitiu além da obtenção dos dados textuais, gravações de áudio, fotos e coordenadas geográficas a partir da câmera e do GPS integrados ao dispositivo. Imagens de satélite de média resolução¸ ˜ao espacial com os limites territoriais de cada lote também foram disponibilizadas nos dispositivos para detalhar o uso e ocupação das áreas a partir das declarações dos produtores.

As principais vantagens dessa solução estão relacionadas a preservação, precisão e gerenciamento centralizado dos dados coletados. Foi possível disponibilizar, para os gestores do projeto, uma ferramenta de acompanhamento em tempo real do avanço das atividades.

As viagens a campo acontecem a cada 3 anos (aproximadamente) e, a cada campanha, a equipe da Embrapa trabalha para melhorar os processos e a qualidade dos dados coletados. A utilização de tablets no processo de coleta trouxe melhorias em todos os aspectos da pesquisa, desde a agilidade e precisão na coleta dos dados até inclusão digital dos entrevistadores – a quase totalidade teve seu primeiro contato com a tecnologia Android durante o treinamento e os resultados superaram as expectativas da equipe de capacitac¸ ˜ao: em duas horas de treinamento os entrevistadores já conseguiam manipular o dispositivo com desenvoltura e, após o preenchimento de no m´máximo dois formulários, todos se sentiam plenamente seguros para prosseguir com as atividades.

Os recursos multimídia dos tablets adicionaram mais do que apenas fotos e sons. Os pequenos agricultores de Machadinho d’ Oeste e suas famílias ganharam rostos e vozes. Seus sistemas de produção ganharam forma. Foi possível ter uma percepção mais palpável sobre a realidade de vida dessas famílias, sobre seus problemas e necessidades.

Para os membros da equipe que participam do projeto desde o primeiro levantamento de campo em 1986, foi revigorante participar novamente da campanha e acompanhar sua evolução tecnológica. Esse monitoramento colabora no conhecimento do uso das terras, ajuda na percepção do grau de satisfação do produtor e fornece subsídios para o melhor manejo dos recursos naturais renováveis, contribuindo de forma significativa para a sustentabilidade das pequenas propriedades rurais da região.


Apresentação dos dados numéricos


Os resultados da análise estatística descritiva dos dados estão disponíveis na forma de tabelas, sendo agrupados nas seguintes categorias:

  • Agricultores entrevistados;
  • O agricultor;
  • Recursos disponíveis;
  • Sistemas de cultivos praticados;
  • Sistemas de criação animal praticados;
  • Cultivos alimentares e renda em Machadinho d´Oeste;
  • Culturas agroindustriais;
  • Sistemas agroflorestais e florestais.

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