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Mapeamento e estimativa da área urbanizada do Brasil |
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Métodos
Primeiramente foi realizado um estudo exploratório sobre a distribuição da população urbana brasileira nas unidades da federação e regiões de governo. Este estudo serviu de auxílio à decisão sobre o que mapear e o que estimar, e quais regiões de governo e intervalos de população priorizar. Foram considerados inicialmente os intervalos “menor que 5.000 habitantes”, “entre 5.000 e 20.000 habitantes”, entre 20.000 e 50.000 habitantes”, “entre 50.000 e 100.000 habitantes”, “entre 100.000 e 500.000 habitantes”, “maior que 500.000 habitantes”.
As Tabelas 1 e 2 resumem os resultados desta primeira fase. Observa-se que as regiões Sul, Sudeste e Nordeste concentram o maior número de municípios em todos os intervalos de população urbana (83,7%). Entretanto, as regiões Sudeste e Nordeste concentram a maior parte da população urbana (71,4%). Adicionalmente, em todas regiões, o maior percentual é o de municípios com população urbana inferior a 5.000 habitantes (42,1%), reunindo 4,7% do total nacional da população urbana, e as cidades com mais de 100.000 habitantes somam 59,1% da população urbana do Brasil.
Tabela 1: Distribuição dos municípios em regiões de governo, segundo a população urbana
População urbana (habitantes) |
Centro-Oeste |
Sul |
Sudeste |
Nordeste |
Norte |
Brasil |
< 5.000 |
49,8% |
58,2% |
43,3% |
27,6% |
46,3% |
42,1% |
5.000 a 20.000 |
35,7% |
26,7% |
33,6% |
28,9% |
34,1% |
30,8% |
20.000 a 50.000 |
10,3% |
8,5% |
11,1% |
5,5% |
8,7% |
8,5% |
50.000 a 100.000 |
1,6% |
3,4% |
5,9% |
1,6% |
3,6% |
3,4% |
100.000 a 500.000 |
2,0% |
3,0% |
5,3% |
1,3% |
2,0% |
3,0% |
> 500.000 |
0,7% |
0,2% |
0,8% |
0,3% |
0,4% |
0,5% |
Tabela 2: Distribuição dos intervalos de população urbana nas regiões de governo
População urbana (habitantes) |
Centro-Oeste |
Sul |
Sudeste |
Nordeste |
Norte |
Brasil |
< 5.000 |
5,9% |
6,6% |
2,9% |
6,4% |
5,8% |
4,7% |
5.000 a 20.000 |
16,4% |
15,5% |
8,7% |
22,5% |
13,4% |
13,9% |
20.000 a 50.000 |
16,9% |
14,9% |
8,6% |
14,6% |
17,4% |
12,1% |
50.000 a 100.000 |
4,9% |
13,6% |
10,8% |
8,1% |
11,1% |
10,2% |
100.000 a 500.000 |
19,2% |
35,0% |
29,3% |
19,9% |
22,7% |
26,7% |
> 500.000 |
36,7% |
14,3% |
39,8% |
28,5% |
29,6% |
32,4% |
De posse desses resultados, foram definidos os estratos de população a serem estudados, ou seja, para os quais seriam obtidos dados amostrais de área urbanizada com uso de imagens de satélite.
A estratificação principal foi por tamanho de população, definindo-se quatro casos: população urbana inferior a 5.000 habitantes; população urbana entre 5.000 a 100.000 habitantes; população urbana entre 100.000 a 400.000 habitantes; população urbana superior a 400.000 habitantes. A estratégia de obtenção de dados a partir das imagens do satélite LANDSAT foi específica para cada caso. O estrato secundário foi considerado por região do país.
Caso 1 (limite superior)
Este caso contemplou as cidades com mais de 400.000 habitantes (42), cidades conurbadas nas regiões metropolitanas e capitais (108), em um total de 150 municípios (2,7% do número de municípios), que representam 50,4% da população urbana.
A obtenção de dados de área urbanizada no Caso 1 foi feita a partir da medida exaustiva e sistemática em imagens de satélite LANDSAT, para cada município considerado.
Caso 2 (limite inferior)
Neste segundo estrato ficaram as cidades com população urbana inferior a 5.000 habitantes. Estas representam 4,7% da população urbana e 47,9% do total de municípios.
Para este estrato foi definida uma amostra aleatória de municípios, cujas áreas urbanizadas foram mapeadas a partir de imagens de satélite. Em seguida, foi feito um ajuste estatístico para estes dados (modelo de regressão, em que a variável explicada é a área urbanizada e a explicativa a população urbana). A área urbanizada dos demais municípios deste estrato foi estimada a partir do modelo gerado.
Caso 3 (intermediário inferior)
O terceiro estrato considerou as cidades com população entre 5.000 a 100.000 habitantes, isto é, 36,2% da população urbana e 48,3% do número de municípios.
Neste caso, a metodologia de cálculo da área urbanizada é semelhante à do Caso 2. Foi definida uma amostra aleatória, estratificada por região, seguido do mapeamento das áreas urbanizadas amostradas, a partir de imagens de satélite. Foram feitos ajustes estatísticos (modelos de regressão), que permitiram estimar a área urbanizada para os demais municípios não incluídos na amostra.
Caso 4 (intermediário superior)
O quarto estrato englobou os municípios com população urbana entre 100.000 a 400.000 habitantes, que representam 2,9% do número de municípios e 22,3% da população urbana.
Este estrato foi dividido em dois subcasos. No primeiro foi feito o mapeamento das áreas urbanizadas metropolitanas e capitais de estado. No segundo foi definida uma amostra aleatória, estratificada por região, para o restante das cidades, mapeando-se as áreas urbanizadas amostradas a partir de imagens de satélite e buscando-se ajustes estatísticos que permitiram a estimativa da área urbanizada para os municípios não mapeados.
A Figura 1 apresenta as principais etapas metodológicas empregadas na estimativa da área urbanizada do Brasil.
Fig. 1: Principais etapas metodológicas para a estimativa das áreas efetivamente urbanizadas do país
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