No mês de maio, o NMA comemorou cinco anos de funcionamento e seu informativo "VIA SATÉLITE" completou um ano de circulação.
A Unidade finaliza este primeiro quinqüênio de atividades com um balanço positivo, apresentando quatro tecnologias de repasse imediato à sociedade. Baseadas nas mais modernas aplicações de dados de satélites e de geoprocessamento para a agricultura, são elas: Sistema Orbital de Alta Resolução Temporal para Monitoramento de Queimadas, Sistema Espacial de Monitoramento do Uso das Terras, Sistema Georreferenciado de Ordenamento e Zoneamento Territoriais e Sistema de Monitoramento por Satélites de Populações de Gafanhotos Pragas.
Em cinco anos, foram concluídos 10 projetos de pesquisa; a equipe participou de 139 eventos técnico-administrativos e atividades de treinamento e/ou desenvolvimento; 352 eventos foram promovidos e apoiados pelo NMA ou tiveram a participação de seus técnicos, incluindo feiras, workshops, palestras, representação em conselhos, bancas de tese, entre outros; 165 publicações foram editadas, entre livros, monografias, artigos científicos, relatórios e pareceres técnicos; centenas de cartas e mapas temáticos analógicos e milhares de outros digitais, se forem consideradas as possibilidades de cruzamento das informações, foram produzidos, abrangendo diversas regiões do país.
Alvo constante do interesse da sociedade, o NMA recebeu no período 680 visitantes, sendo também objeto de 472 matérias veiculadas pela mídia, com um média de 6,5 reportagens/semana. Um documento comemorativo estará sendo divulgado proximamente, detalhando os números citados.
O Núcleo investe intensamente no desenvolvimento de projetos envolvendo as novas plataformas orbitais ADEOS, da Agência Espacial Japonesa, e EOS da NASA, e ainda o Sistema Probatório SPOT IV, da Agência Espacial Européia (ESA). Os novíssimos sistemas orbitais radar e microondas, baseados nos satélites ERS-1, JERS e RADARSAT, e as imagens de radar SIR-C e SAREX, geradas pela nave ENDEAVOUR, devem superar algumas limitações dos atuais satélites de recursos naturais, como por exemplo a possibilidade de se "enxergar" através das nuvens, eliminando os problemas causados pela nebulosidade.
Do mesmo modo, a Unidade intensifica sua participação no Programa Espacial Brasileiro, através da Agência Espacial Brasileira (AEB), com propostas de estudos relacionados às aplicacações de dados gerados pelos satélites SCD I e II e Sino-Brasileiro.
Os projetos técnico-científicos do NMA que já utilizavam os sistemas orbitais de alta resolução temporal, baseados por exemplo nos satélites NOAA, METEOSAT, GOES, WEFAX, entre outros, devem incorporar as últimas evoluções, permitindo o aprimoramento de vários serviços, como o Sistema Orbital de Alta Resolução Temporal para Monitoramento de Queimadas, realizado pelo NMA desde 1991.
Os sistemas informatizados desenvolvidos na Unidade para apoio a estas ações, incluindo banco de dados geocodificados, redes, modelos matemáticos de compactação e de reconhecimento de padrões em imagens de satélites também estão evoluindo, devendo tornar-se cada vez mais acessíveis pelos instrumentos navegacionais da INTERNET (WAIS, Gophers, WWW, entre outros).
No dia 16.06.94, realizou-se no Centro de Convenções da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) um workshop de apresentação e discussão dos resultados da pesquisa sobre a influência de fatores ambientais na incidência de doenças respiratórias. O trabalho foi realizado em conjunto pela ONG Ecoforça - Pesquisa e Desenvolvimento, pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP), pelo Instituto de Biociências da mesma Universidade (IB-USP), pelo Núcleo de Ciências e Aplicações de Tecnologias Espaciais (NUCATE) da UNICAMP e pelo NMA .
Participaram da mesa coordenadora dos trabalhos do Workshop o Dr. Nélson de Jesus Parada, da NUCATE, o Dr. José Roberto de Miranda, Chefe do NMA , o Dr. Evaristo Eduardo de Miranda, Gerente de Pesquisa do NMA e coordenador geral do projeto, o Dr. João Vicente Assunção da FSP-USP, o Dr. Paulo Hilário Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP e o Dr. Daniel Fink, representando o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente do Ministério Público do Estado de São Paulo.
A partir de um universo de mais de 170.000 prontuários dos postos de saúde municipais das cidades paulistas de Atibaia, Campinas, Ribeirão Preto e São José dos Campos, foram estudadas as ocorrências diárias de atendimentos às doenças respiratórias, num período de três anos, e confrontadas aos fatores ambientais de cada localidade.
Estudos desta natureza têm sido concentrados na capital do Estado de São Paulo, mas a sua realização em municípios do interior revelou resultados surpreendentes e de grande interesse para orientação das políticas de saúde pública e de meio ambiente a nível local, bem como para novos programas de pesquisa.
Dentre os principais resultados obtidos destaca-se a constatação de que os maiores índices de ocorrências de doenças respiratórias crônicas foram observados nos municípios mais urbanizados e industrializados, Campinas e São José dos Campos, com uma tendência de ocorrerem durante todo o ano, com picos atenuados durante o inverno. Já nos municípios caracterizadamente mais rurais, Atibaia e Ribeirão Preto, as ocorrências concentram-se durante os meses de inverno, estando mais associadas às baixas temperaturas do que às diversas formas de poluição atmosférica.
A situação das cidades industrializadas estudadas é preocupante: segundo o estudo, uma pessoa com histórico de problemas respiratórios crônicos, que se mudasse de Ribeirão Preto, por exemplo, para Campinas, aumentaria em 70% o risco de manifestar essas doenças.
Como recomendação, os técnicos envolvidos no trabalho aconselham a intensificação do monitoramento da poluição nos municípios do interior, uma vez que medidas preventivas têm custos bem inferiores às curativas.
O evento teve significativa repercussão entre a comunidade científica e a sociedade em geral, com 113 participantes e ampla cobertura pela imprensa.
Legenda: Da esquerda para a direita: Dr. Daniel Fink; Dr. João Vicente Assunção; Dr. Evaristo E. de Miranda; Archimedes Perez Filho; Dr. Nélson de Jesus Parada; Dr. José Roberto Miranda e Dr. Paulo H. Saldiva.
Este foi o título da dissertação apresentada por Carlos Fernando Assis Paniago, Analista de Sistemas do NMA , no dia 25.05.94, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências de Computação e Matemática Computacional, junto ao Instituto de Ciências Matemáticas de São Carlos da Universidade de São Paulo (ICMSC-USP). Carlos Paniago obteve nota 10, com distinção e louvor, após a defesa de seu trabalho.
O estudo apresenta técnicas de compressão de dados com ênfase para aplicações em sensoriamento remoto e medicina. Baseando-se em tais técnicas, foi desenvolvido um sistema modular de compressão de imagens com a preocupação de que pudesse ser executado em múltiplas plataformas computacionais. Originalmente, o sistema foi desenvolvido num computador IBM PC - clone 486 DX, utilisando-se o Sistema Operacional Free BSD 0.1 (um sistema compatível com o UNIX BSD 4.3 da Universidade de Berkeley) e, posteriormente, portado para equipamentos SUN, com sistema SUNOS 4.1.1, sendo totalmente implementado na linguagem de programação "C".
Segundo Carlos Paniago, a necessidade de compactar imagens digitais deve-se principalmente a dois fatores. Em primeiro lugar, a quantidade de espaço requerido para armazenagem dos dados pode ser reduzida, diminuindo custos e permitindo acomodação de mais imagens; deve-se considerar que as imagens repetem-se ao longo do tempo, enquanto o satélite passa várias vezes sobre o mesmo local e, além disso, o satélite tem várias bandas. Em segundo lugar, muitos sistemas de transferência de dados que, utilizam linhas de comunicação entre equipamentos, podem aumentar seu desempenho, com diminuição de custos, quanto mais concentrados forem os dados.
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