As espécies foram listadas a partir de uma seleção que tomou como base a resolução da Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo para recuperação florestal. A pesquisadora da Embrapa Monitoramento por Satélite, Cristina Rodrigues, que está coordenando o trabalho, explica que serão plantadas 112 espécies nativas, muitas delas comuns dos remanescentes da vegetação de Campinas. "A mata será implantada em uma área de 4,9 mil m² e terá, entre várias espécies, ipês, ingás, cedros e jequitibás, além de muitas árvores frutíferas", ressalta a pesquisadora.

O plantio será realizado pelos atuais 49 funcionários da Embrapa Monitoramento por Satélite e o novo bosque será batizado com um nome escolhido em concurso entre eles. Um folder, com informações sobre flora em extinção e a importância das matas ciliares, será elaborado especialmente para o evento e cada funcionário receberá também um certificado de participação no plantio. Todo o projeto paisagístico na área da nova sede da Embrapa Monitoramento por Satélite contempla a preocupação com o meio ambiente e o entorno da sede e foi elaborado a partir de estudos em parceria com o Centro de Pesquisa e Jardim Botânico do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

A nova sede da Unidade foi construída numa área cedida pelo Exército Brasileiro. "O local era antes coberto por vegetação herbácea, predominando gramíneas e alguns arbustos e não apresentava qualquer tipo de vegetação de várzea ou de proteção permanente", explica o biólogo e Chefe da Área de Comunicação da Embrapa Monitoramento por Satélite, José Roberto Miranda. Ele destaca o estímulo que a criação do bosque poderá proporcionar para um aumento da biodiversidade de fauna do local. "Muitas espécies vegetais, como Calabura, Pau-pólvora, Pitanga, Araçá e Catiguá foram selecionadas para o plantio por oferecerem frutos à fauna selvagem, sobretudo às aves". Miranda explica ainda que, com a implantação dessas espécies vegetais, com valor alimentar e energético para os animais, suas sementes poderão ser naturalmente dispersadas pela fauna selvagem, beneficiando outras áreas além dos limites da Embrapa.