Embrapa
Monitoramento por Satélite faz levantamento em Rondônia
para o projeto Sustentabilidade Agrícola na Amazônia
Equipe da Embrapa Monitoramento
por Satélite, formada por pesquisadores e técnicos, foi a
campo em setembro para mais um levantamento do projeto "Sustentabilidade
Agrícola na Amazônia", na cidade de Machadinho d'Oeste,
RO. O trabalho, que teve início em 1986 com o pesquisador
Evaristo de Miranda, consiste no acompanhamento, com base em
questionários agroecológicos e
sócio-econômicos, de mais de 400 propriedades que se
enquadram no modelo de agricultura familiar. O levantamento teve o apoio
operacional de técnicos da extensão rural local e do
Campo Experimental da Embrapa Rondônia, em Machadinho d’Oeste. O
levantamento foi elaborado com o apoio de imagens de satélites
de alta resolução espacial para cada lote pesquisado,
reforçando a precisão das informações
coletadas. Os resultados levantados pelo trabalho em campo serão
publicados e divulgados na internet.
O projeto, previsto para durar 100 anos, tem como objetivos
básicos o monitoramento anual do uso das terras, a partir de
imagens de satélite, e a caracterização dos
sistemas de produção praticados, utilizando cerca de 250
variáveis biofísicas, sociais, econômicas e
agronômicas. Os dados levantados em todos estes anos têm
sido base para trabalhos de pesquisa e planejamento de múltiplos
propósitos. Já são 25 anos de acompanhamento
sistemático da colonização em floresta tropical
úmida, gerando um acervo de dados técnicos e temporais,
georreferenciados e informatizados, sobre a agricultura familiar na
Amazônia e a sustentabilidade dos sistemas de
produção em uso.
Os técnicos da extensão rural aplicaram os
questionários em 463 lotes e a equipe da Embrapa trabalhou
no levantamento sócio-econômico realizado junto a
madeireiras, laticínios, cerealistas, comércio de produtos
agropecuários, prefeitura, hospitais e escritórios locais
de entidades como a Associação de Assistência
Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia
(EMATER-RO), a Agência de Defesa Sanitária
Agrosilvopastoril do Estado (IDARON), o Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e a
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental.
Uma das maiores preocupações, observadas em entrevistas
com os agricultores de Machadinho d'Oeste, foi a questão do
licenciamento ambiental e a determinação da reserva legal,
que varia de 50% a 80% da área total da propriedade para
recuperação florestal. O assunto foi abordado pelo Chefe
Geral da Embrapa Monitoramento por Satélite, Evaristo de Miranda,
durante palestra apresentada no Centro Cultural do município,
que reuniu agricultores, autoridades e estudantes universitários
do curso de gestão ambiental de Machadinho d'Oeste. Para
Miranda, as determinações legais não vêm
considerando o histórico de ocupação de diversas
regiões, como Machadinho d'Oeste, muitas vezes repercutindo
negativamente no seu desenvolvimento sustentável -
econômico, social e ambiental. O município surgiu a partir
de um projeto diferenciado de reforma agrária do INCRA, que
criou reservas florestais coletivas que vêm se mantendo em boas
condições mesmo com a evolução da atividade
agropecuária do município ao longo dos anos.
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levantamento teve o
apoio de técnicos da extensão rural local e do Campo
Experimental da Embrapa Rondônia, em Machadinho d’Oeste
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Trabalho consiste no
acompanhamento, com base em questionários agroecológicos
e sócio-econômicos, de mais de 400 propriedades
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Pesquisador da Embrapa
Monitoramento por Satélite, João Alfredo de
Carvalho Mangabeira, durante visita a propriedades
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Município de
Machadinho d'Oeste surgiu a partir de um projeto diferenciado de
reforma agrária do INCRA
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