A Embrapa Monitoramento por Satélite teve dois novos projetos de pesquisa aprovados em dezembro, em edital competitivo do CNPq, relacionados ao gerenciamento de recursos hídricos (CT-Hidro) e ao Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA). Os projetos tem foco na aplicação de geotecnologias para estudo das mudanças de uso e cobertura da terra.
Recursos hídricos
O projeto “Geotecnologias para quantificação de variáveis hídricas em bacias hidrográficas com mudanças de uso da terra” tem como objetivo aplicar conjuntamente dados climáticos e imagens de satélites para o monitoramento e planejamento dos recursos hídricos em diferentes agroecossistemas. A ideia é apoiar decisões gerenciais sobre o uso da água, tanto para a agricultura dependente de chuva, como a irrigada. Serão estudadas áreas importantes pertencentes às bacias hidrográficas do Rio São Francisco, baixo Tietê e dos rios São Marcos e Paracatu, na divisa de Goiás com Minas Gerais.
O uso do sensoriamento remoto em conjunto com estações agrometeorológicas vai permitir análises do impacto da agricultura e um direcionamento para um manejo mais eficiente. Serão utilizadas imagens de satélites Serão utilizadas imagens de satélites do período de 2002 a 2016 para estimativa da evapotranspiração, produção de biomassa, produtividade da água e estabelecimento das demandas hídricas. As análises de produtividade da água serão focadas em culturas agrícolas importantes, como grãos, fruteiras, cana-de-açúcar, café e seringueira.
O projeto é coordenado pelo pesquisador Antônio Heriberto de Castro Teixeira e tem a participação de pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo, Embrapa Semiárido, Embrapa Cerrados, Embrapa Meio Ambiente, UNESP, Agência Nacional de Águas e universidades do Brasil e dos EUA.
Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia
As mudanças de uso e cobertura da terra e suas interações com processos de degradação florestal na Amazônia são o tema do projeto aprovado na chamada do CNPq para o Programa LBA. O objeto é avaliar os processos de degradação florestal, em especial a sua relação com a exploração madeireira, o desflorestamento, a fragmentação das paisagens e a ocorrência de incêndios florestais de sub-bosque. Três regiões com distintos históricos de ocupação foram selecionadas para estudo – Paragominas e Santarém, no Pará, e Feliz Natal, em Mato Grosso.
Serão utilizadas séries temporais de imagens de sensores remotos para a reconstrução do histórico de degradação. Levantamentos aerotransportados por perfilamento a laser (LiDAR) e coletas de dados de campo permitirão ainda estimar alterações na biomassa. A proposta é oferecer uma visão integrada do processo de degradação florestal e sua interação com fatores humanos, a partir de uma visão multitemporal e multiescalar da paisagem. Um dos resultados será o estabelecimento de um banco de dados geoespaciais, disponibilizado na internet via WebGIS.
O projeto deve contribuir também para o avanço do conhecimento sobre as mudanças ambientais e para a formação de recursos humanos, em especial com a consolidação do Grupo de Pesquisas Geoespaciais em Agricultura e Ambiente, coordenado pela Embrapa Monitoramento por Satélite. O projeto é liderado pelo pesquisador Mateus Batistella e tem a parceria e colaboração de diversas instituições nacionais e internacionais, como a Embrapa Amazônia Oriental, o INPE, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, a NASA, o Serviço Florestal Americano e universidades do Brasil e do exterior.