A Embrapa Monitoramento por Satélite entregou em janeiro deste ano dois estudos ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) voltados à inteligência e gestão territorial estratégica. Um dos trabalhos, realizado a pedido da Secretaria de Política Agrícola, trata da repartição territorial do valor da produção agropecuária no Brasil. A pesquisa, realizada com base em médias móveis trienais, envolveu o estudo territorial de mais de uma centena de cadeias produtivas em todo o país.
Para cada Estado da Federação, foi calculada a contribuição das principais cadeias produtivas na composição do valor total da produção agropecuária, identificando a parcela devida à produção vegetal e animal. Os bancos de dados estruturados serviram também à elaboração, para cada Estado, de mapas com a repartição do valor da produção agropecuária por microrregião. O trabalho contou com a participação do pesquisador da Secretaria de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Embrapa (SGI) Fernando Garagorry e foi coordenada pela supervisora do Grupo de Inteligência Territorial Estratégica da Embrapa (Gite), Lucíola Alves Magalhães.
Maranhão
Outro trabalho entregue ao Mapa é o estudo numérico e cartográfico sobre o quadro agrário do Estado do Maranhão, em bases territoriais e temporais. O trabalho foi realizado em atendimento a uma demanda da ministra Kátia Abreu. Além da caracterização das áreas protegidas do Estado, o estudo teve como foco a situação de 1.013 assentamentos agrários (24% dos existentes no Nordeste), que reúnem 130.847 famílias de agricultores e ocupam 4.716.566 hectares (cerca de 44% da área dos assentamentos existentes no Nordeste). A ausência de titulação para os assentados da reforma agrária é um desafio ao desenvolvimento humano e socioeconômico, em que pese 87% das famílias no Estado do Maranhão terem sido assentadas há mais de 10 anos. Sem o título formal da terra torna-se difícil, por exemplo, a obtenção de crédito e a transmissão dos bens construídos para os filhos.