Ano 24 - nº 03
Embrapa Monitoramento por Satélite

Inteligência Territorial Estratégica é ferramenta para transferência de tecnologia

A Inteligência Territorial Estratégica (ITE) é um instrumento complementar relevante no planejamento da inovação na pesquisa agropecuária. O termo aparece no Plano Gerencial da Embrapa para 2016-2018 como suporte da Aliança para a Inovação Agropecuária, uma das três ações estruturantes apresentadas no documento. Norteado por essa ferramenta, o processo de transferência de tecnologias da Empresa vem desenvolvendo produtos estratégicos utilizados por parceiros para o entendimento e o desenvolvimento de territórios. A ITE pode ser entendida como um conjunto de ferramentas e métodos aplicados para a compreensão de um território em sua totalidade, por meio da integração de informações provenientes de diferentes bancos de dados.

Esses dados integrados serão úteis no apoio à tomada de decisão para o desenvolvimento territorial. Se tomarmos como exemplo de território um shopping, uma base de dados levantada poderia ser a localização dos estabelecimentos; outra base seria o tipo de produtos vendidos nas lojas, assim como sua variedade, o estoque, o número de empregados, os descontos e as formas de pagamento. A reunião destas informações em um sistema permite o entendimento da totalidade daquele território e auxilia o usuário - no caso, o cliente - na tomada de decisão de qual o melhor estabelecimento e o melhor momento para comprar um determinado produto.

O mesmo processo acontece na pesquisa agropecuária. Os Sistemas de Inteligência Territorial Estratégica (SITEs), desenvolvidos pela Embrapa Monitoramento por Satélite (Campinas, SP), por meio do Grupo de Inteligência Territorial Estratégica (Gite), utilizam a ITE para o desenvolvimento de estudos e outros produtos. Esses sistemas integram, e não apenas reúnem ou sobrepõem, informações de um território relativas aos quadros agrário, agrícola, natural, socioeconômico e de infraestrutura. "O que nós buscamos é conjugar as diversas dimensões que compõem um território rural", enfatiza Evaristo de Miranda, chefe-geral da Unidade. Com essas metodologias, em 2015 foi desenvolvido um estudo de caracterização da microrregião do Bico do Papagaio (norte de Tocantins), com indicação de cadeias produtivas e municípios prioritários para atuação do Governo Federal. Além disso, ressalta Miranda, os SITEs podem ser utilizados para compreender as transformações das regiões. "Tentam entender o que está por trás desses processos, imaginar cenários futuros e definir situações territoriais razoavelmente parecidas ou equiproblemáticas, como também equipotenciais em termos de desenvolvimento agropecuário, a partir desta análise multitemática", explicou.

Um exemplo dessa aplicação é o trabalho desenvolvido para ajudar a recuperação dos rebanhos de caprinos e ovinos no Semiárido, após o ciclo de seca. O estudo, solicitado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), analisou a concentração da produção e a densidade do rebanho nas microrregiões e, a partir daí, indicou aquelas prioritárias, tendo em vista a otimização dos recursos a serem empregados e que teriam maior impacto econômico e retorno social. O Gite também analisou o sudeste paraense, levantando oportunidades e desafios para o desenvolvimento agropecuário e social da região. Atualmente, está em discussão a estruturação de SITEs para territórios específicos do bioma Amazônia. O projeto faz parte de um dos quatro arranjos do Fundo Amazônia, com recursos do BNDES, e será coordenado pela Embrapa Monitoramento por Satélite, com a participação de outras Unidades da Embrapa. Ele visa identificar e eleger as atividades e ações prioritárias dos projetos específicos através de bases territoriais (bacias e microbacias hidrográficas, municípios e outros recortes territoriais no bioma). O projeto está previsto para ter início em outubro deste ano.

Agricultura de montanha

Outro SITE em fase inicial envolve a Embrapa Monitoramento por Satélite, Embrapa Agrobiologia, Embrapa Agroindústria de Alimentos e Embrapa Uva e Vinho. O sistema vai ajudar a definir uma proposta de delimitação e qualificação territorial da agricultura de montanha no País, a exemplo do que foi realizado para a região geoeconômica do Matopiba. Por meio do SITE, os diversos territórios diferenciados que compõem a agricultura de montanha serão detectados, identificados, qualificados, cartografados, quantificados e monitorados, em função das Unidades e parceiros envolvidos no projeto especial.

O SITE deverá contribuir com a construção de cenários e a modelagem de políticas públicas e estímulos para adequar, no espaço territorial, as atividades de combate à pobreza e à miséria rural e a promoção da inclusão produtiva e dos interesses sociais de forma coerente, convergente e harmônica, em bases territoriais.

 

 

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