Pesquisadores, analistas e parceiros da Embrapa Monitoramento por Satélite reuniram-se com agricultores de Itatiba (SP) no dia 23 de agosto, para mais uma etapa do projeto de pesquisa GPAF – Geotecnologias para incrementar a competitividade e sustentabilidade da agricultura familiar no Circuito das Frutas do Estado de São Paulo. Na primeira parte da reunião, foram apresentados os resultados da pesquisa que traçou um perfil dos agricultores e das propriedades rurais, realizada por meio da aplicação de questionários com o apoio da Casa da Agricultura.
A consulta foi respondida por 47 agricultores. O levantamento permitiu conhecer um pouco mais sobre diferentes aspectos ligados à atividade agrícola da região, como os custos, a mão-de-obra utilizada, o manejo realizado nas propriedades e a forma de comercialização dos produtos. O projeto GPAF é coordenado pelo pesquisador e supervisor de Desenvolvimento, Ivan Alvarez, e tem como foco os agricultores familiares dos municípios integrantes do Circuito das Frutas do Estado de São Paulo. A proposta é fortalecer a competitividade e a sustentabilidade da agricultura desenvolvida na região.
Já a segunda parte da reunião foi toda dedicada ao trabalho de colaboração dos agricultores no mapeamento do uso das terras da região de Itatiba. "De forma participativa, os agricultores ajudaram a refinar o mapeamento realizado pela Embrapa, apontando os principais usos agrícolas em suas propriedades e também em outras áreas", explicou a pesquisadora Cristina Criscuolo, que organizou a atividade. A equipe do projeto levou, para análise do grupo, imagens de satélite impressas, com a identificação das áreas agrícolas, áreas urbanas e edificações, corpos d'água, remanescentes de vegetação natural, silvicultura, pastagens e áreas de mineração, entre outros usos.
O pesquisador Carlos Fernando Quartaroli, responsável pelo mapeamento, considera importante a colaboração dos agricultores para otimizar o trabalho e reduzir as idas a campo. "Com as imagens de satélite é possível identificar e delimitar uma área agrícola, mas não a espécie cultivada, por isso precisamos ir a campo ou contar com a informação de quem conhece o local. Os agricultores logicamente sabem o que cultivam e geralmente sabem também o que seus vizinhos plantaram", explica.
O mapeamento de uso e cobertura das terras previsto no projeto GPAF será feito para todos os dez municípios que fazem parte do Circuito das Frutas. "A participação dos agricultores se estenderá por outras etapas e certamente permitirá um diagnóstico mais realista da situação da agricultura familiar na região", afirma Quartaroli.