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Brasil em Relevo

Aplicações // Caracterização Topográfica do Relevo da ABAG/RP

Exemplos da Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto ( ABAG/RP )

Cristina Criscuolo e Marcos Cicarini Hott

 

Caracterização Topográfica do Relevo

Ocupando uma área de 36.724 Km2, a região da ABAG-RP demandaria um exaustivo e oneroso trabalho para a caracterização topográfica a partir de métodos tradicionais de levantamento de campo ou aerofotogrametria. Desta forma, o sensoriamento remoto orbital se mostra uma alternativa extremamente viável para a obtenção de informações da superfície terrestre.

Os dados de sensoriamento remoto orbital atendem à necessidade de informação em diversas escalas, representando um meio viável de monitoramento da superfície terrestre através de satélites e seus sensores, e vem servindo de fonte de informações para estudos e levantamentos geológicos, agrícolas, cartográficos, florestais, urbanos, entre outros (Crósta, 1993; Miranda et al., 2002). Os sensores medem a radiação refletida e/ou emitidas pelos alvos, sendo passivos se necessitarem de uma fonte de luz externa (e.g., TM do Landsat) e ativos, caso possuam fonte própria de radiação, tais como radares e laser (Moreira, 2001).

Dentre esses sensores ativos, destacam-se os radares de abertura sintética (SAR) com capacidade interferométrica. Através da operação de sensores em bandas específicas, os sinais emitidos interagem com a superfície e são captados pelas antenas separadas em uma distância fixa na plataforma aerotransportada ou espacial (baseline). Assim, essa separação dos sistemas de antenas no espaço, com conhecimento das posições relativas das mesmas permite a geração da topografia (Zyl, 2001).

Algoritmos apropriados derivam por diferença de fase a altitude de cada ponto na superfície (e.g. dossel arbóreo) ou no terreno, dependendo das bandas utilizadas. Com altíssima precisão podem-se obter informações altimétricas com o uso de laser aerotransportado, o qual pode operar em bandas diversas, gerando modelos digitais de elevação, perfis do terreno e de vegetação para estudos complexos como em Pachepsky (1997).

Para a obtenção da topografia da ABAG/RP foi produzido o modelo digital de elevação (MDE) do Estado de São Paulo como fonte de dados altimétricos, com aproximadamente 90 metros de resolução espacial. Trata-se do MDE originário da missão de mapeamento do relevo terrestre SRTM (Shuttle Radar Topography Mission), desenvolvido pela NASA (Agência Aeronáutica e Espacial) e NGA (Agência Nacional de Inteligência Geoespacial) dos Estados Unidos, sendo executado no ano 2000 por meio da aeronave Endeavour.

 

Relevo

Relevo

Figura 1: Imagem produzida a partir do SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) para a área da ABAG/RP

 

Hidrografia

 

Figura 2: Rede de drenagem da ABAG/RP derivada do Modelo Digital de Elevação.

Declividade


Figura 3: Declividade da ABAG/RP derivada do Modelo Digital de Elevação

Referências:

ALMEIDA, F.F.M de. Fundamentos Geológicos do Relevo Paulista . São Paulo: Instituto de Geografia, Universidade de São Paulo, 1964. 99p. (Série Teses e Monografias)

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MIRANDA, E. E.de; GUIMARÃES, M.; MIRANDA, J. R. Monitoramento do uso e cobertura das terras na região de Barrinhas, Jaboticabal e Sertãozinho. Campinas: Embrapa Monitoramento por Satélite, 2002. 32 p. (Relatório Técnico).

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PACHEPSKY, Y. A.; RITCHIE, J. C.; GIMENEZ, D. Fractal modeling of airborne laser altimetry data. Remote Sensing of Environment, n. 61, p. 150-161, 1997.

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VILLA, E.A. Contribuição ao estudo do ritmo climático na bacia do Ribeirão do Lobo (Itirapina-SP). 2002. 90f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Engenharia Ambiental) - Escola de Engenharia de São Carlos. Universidade de São Paulo.

ZYL, J.J. The Shuttle Radar Topography Mission (SRTM): a breakthrough in remote sensing of topography. Acta Astronautica, v. 48, p. 559-565, 2001.